Outro dia eu estava no supermercado quando ouvi um menino cantando o hino nacional. Achei tão bonitinho, ele tinha um certo orgulho em estar fazendo aquilo. Claro que não devia ser exatamete patriotismo. Parecia mais coisa de paixão fresca, namoro novo, coisa que a gente acabou de aprender e quer logo mostrar pro mundo.
Até que:
- Mãe, o que é retumbante?
A mãe, meio atrapalhada, fez movimentos com as mãos e respondeu:
- Retumbante, que retumba, que roda, sabe?
Hum...
A história me fez pensar em duas coisas bem diferentes. A primeira é que nosso hino é difícil pra caramba! "Raios fúlgidos", "impávido colosso", "fulguras, ó Brasil, florão da América", "do que a terra mais garrida", "o lábaro que ostentas estrelado"... Talvez na época do Sr. Duque Estrada essas fossem palavras mais usuais, mas hoje? Talvez seja só deficiência da educação nas escolas e em casa mesmo...
A segunda coisa é "coitada dessa mãe"! Quis olhar pra cara dela, mas não achei justo. Ela, como pelo menos 95% das mães que eu conheço, deve trabalhar fora, chegar em casa e ter que preparar o jantar e ajudar o filho a fazer a lição de casa, sem contar que também tem o marido pra olhar (se é que tem marido, e isso é outro problema). Talvez tenha um chefe complicado ou um colega de trabalho mala, talvez tenha dificuldades pra fazer o salário chegar até o próximo holerite, talvez tenha outros filhos com quem se preocupar. E ainda tem que saber o que raios é retumbante?
Ela nem deve ter lembrado que podia falar pro filho que não sabia e que eles poderiam consultar o Google ou o Aurélio quando chegassem em casa. Uma busca simples traz a letra e o significado das palavras mais difíceis.
Espero que essa mãezinha tenha conseguido explicar melhor o significado da palavra pro menino, senão daqui a alguns anos a mesma cena pode se repetir com o netinho dela!
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