sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Para ir da minha casa para o prédio em que trabalho eu pego o trem F até Washington Square e depois qualquer um dos trens azuis até Canal Street. É bem rapidinho. Quando dou sorte, faço o trajeto em menos de quinze minutos.

Outro dia, quando eu já esperava pelo segundo trem, vi um moço que me chamou a atenção. Era um homem bonito, com trinta e muitos ou quarenta e poucos, bem vestido. Mas o que acabou atraindo o meu olhar foi o fato de ele ter um problema nas pernas, aparentemente por sequelas de paralisia infantil.

Eu não conseguia parar de pensar na injustiça daquela situação. Em um certo momento nossos olhares se cruzaram e, tenho certeza, ele viu a pena que eu estava sentindo. Eu fiquei muito sem jeito, desviei o olhar e saí de perto.

Gostaria muito que ele tivesse visto também o quanto eu o estava admirando pela coragem de enfrentar o mundo a despeito de toda a dificuldade. As estações de metrô aqui raramente têm elevadores ou escadas rolantes, o que deve ser terrível pra quem tem problemas de locomoção.

No final das contas acabei me sentindo muito pequena por não ter sido capaz de mostrar àquele rapaz que ele é mais digno de orgulho do que de pena. Espero que ele tenha isso mais bem resolvido na cabeça dele do que eu tenho na minha...