Hoje dei uma sorte danada enquanto corria os canais. Em um deles estava passando um filme que eu já tinha visto e gostei bastante:
"How to train your dragon".

É uma animação bem bonitinha da DreamWorks. O filme fala de muitas coisas pelas quais a gente passa todos os dias. De medo, frustração, inadequação, vergonha. Fala também de intolerância, do ódio pelo que é diferente.
Em uma vila Viking, Hiccup, o filho do chefe da tribo, é muito inteligente, mas é considerado fraco por não matar dragões. Uma grande desilusão para o pai, já que todos os moradores da vila são guerreiros corajosos, que não fogem das investidas dos seus grandes inimigos. Os dragões devem ser destruídos porque atacam os moradores, além de acabarem com a comida da tribo.
É nesse cenário que Hiccup conhece Toothless, um dragão de uma espécie muito poderosa, um dos mais temidos entre os Vikings, mas que tem um problema físico e não pode voar. O menino tem a chance de mata-lo, mas não consegue. A partir daí os dois começam o estudo mútuo e acaba nascendo uma grande amizade.
Até o fim da história menino e dragão passam por muitas aventuras e alguns perigos. Não vou contar o fim do filme, mas posso dizer tudo o que me encantou nele.
Adorei a maneira como a "deficiência" do dragão foi tratada, a grande lição de tolerância e aceitação das diferenças, a amizade que ultrapassa todos os limites, a música, que é linda. Além de tudo, Toothless ainda tem todos os trejeitos de um gato, é muito bonitinho!
Mas para mim o melhor de tudo foi a maneira como o menino conseguiu se colocar no lugar do dragão, conseguiu entender como se sentiria se os papeis estivessem invertidos. Isso é tão raro! Essa é a maior lição do filme, na minha opinião.
Apesar disso tudo, não achei que fosse me emocionar de novo. Ledo engano... Chorei mais uma vez. Mas um choro bom, cheio de esperança que essas coisas possam ultrapassar a tela do cinema e chegar aos nossos corações.
Que, como no filme, a gente entenda que matar os nossos dragões nem sempre é o melhor negócio. Às vezes, melhor mesmo é doma-los!