Se tem uma coisa que dificilmente alguém vai receber de mim é um beijo abreviado. Não gosto de bj, bjo, bjs, bjão, nada disso!
Para mim beijos não podem nem devem ser abreviados.
Beijo de mãe, de irmãos, de amigos, de namorado, de caso, de peguete. Até beijo de quem a gente acabou de conhecer. Nenhum deles pode ter menos de cinco letras!
Como diminuir o tamanho de uma das coisas mais gostosas, de uma das melhores demonstrações de bem querer que já inventaram?
Se você me conhece e um dia receber um bj meu, pode ter certeza que eu estou muito brava com você! Mas como a brabeza vai passar logo, provavelmente meu próximo beijo vai ser assim, inteiro, sem consoantes coladas. E é muito provável também que seja um beijinho, não porque vai ser pequeno ou rápido, mas porque vai ser dado com bastante carinho, como todo o beijo deve ser dado!
E tenho dito!
Beijos!
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Tenho esperado por alguma coisa que não sei bem o que é, como se o tempo todo algo realmente importante estivesse prestes a acontecer. Não sei bem como explicar a sensação, mas é meio como se a vida estivesse em estado suspenso. Como se nada tivesse relevância até o acontecimento desse fato.
Parece papo de doido, eu sei, mas é tão real.
E tenho a impressão de que pode ser qualquer coisa! Qualquer mesmo!
Já disse o poeta que caminhos não há, mas os pés na grama os inventarão. Será que esse desconforto, se é que dá pra chamar assim, tem a ver com o fato de meus pés estarem mais na grama do que jamais estiveram?
Que a mudança, ou simplesmente algo que agregue ao que já tenho, venha e se instale. Minha casa é pequena, mas nela cabem todos os sonhos do mundo!
Parece papo de doido, eu sei, mas é tão real.
E tenho a impressão de que pode ser qualquer coisa! Qualquer mesmo!
Já disse o poeta que caminhos não há, mas os pés na grama os inventarão. Será que esse desconforto, se é que dá pra chamar assim, tem a ver com o fato de meus pés estarem mais na grama do que jamais estiveram?
Que a mudança, ou simplesmente algo que agregue ao que já tenho, venha e se instale. Minha casa é pequena, mas nela cabem todos os sonhos do mundo!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Despertar
Sabe o que?
Tenho sentido falta de histórias pra contar, como se a minha vida andasse murcha, opaca, sem graça.
Aos 92 anos, posso dizer que já fiz quase tudo o que um homem pode ter sonhado, almejado fazer.
Subi o Everest (sem oxigênio suplementar!), atravessei o Canal da Mancha e o Estreito de Bering a nado, participei de expedições aos pólos norte e sul, escalei o Mount Rushmore (essa foi engraçada...), mergulhei com tubarões brancos, desci as Cataratas do Niágara num barril (roubei a idéia do Pica-pau)... Enfim, posso dizer que a minha vida até hoje foi bem animada.
No caminho que trilhei colhi, além de aventuras memoráveis, amigos que preencheram com louvor a falta da família, perdida ainda na infância. Posso dizer, não sem um certo orgulho, que fui responsável (indireto, é verdade) pelas teorias que levaram alguns desses amigos às listas de laureados do prêmio Nobel. Também contribui com as pesquisas da corrida espacial e, mais recentemente, da cura do câncer.
Fui casado por três vezes e não tive filhos. Essa talvez seja a grande mancha na minha história. Adoraria ter tido netos. Hoje provavelmente já teria bisnetos e talvez pudesse enxergar a vida com as cores de antes. Ainda que fosse através dos olhinhos deles...
Hoje, aos 92 anos, começo a entender que histórias não me faltam. As que não tenho, posso criar. Aos 92 anos, entendo que me falta mesmo é burburinho de casa cheia, barulho de crianças correndo no quintal, cheiro de bolinho de chuva vindo da cozinha.
Entendo que a vida à qual tanto dei valor do lado de fora, hoje me faz falta aqui dentro. Dessa casa, dessa sala, do coração.
Tenho sentido falta de histórias pra contar, como se a minha vida andasse murcha, opaca, sem graça.
Aos 92 anos, posso dizer que já fiz quase tudo o que um homem pode ter sonhado, almejado fazer.
Subi o Everest (sem oxigênio suplementar!), atravessei o Canal da Mancha e o Estreito de Bering a nado, participei de expedições aos pólos norte e sul, escalei o Mount Rushmore (essa foi engraçada...), mergulhei com tubarões brancos, desci as Cataratas do Niágara num barril (roubei a idéia do Pica-pau)... Enfim, posso dizer que a minha vida até hoje foi bem animada.
No caminho que trilhei colhi, além de aventuras memoráveis, amigos que preencheram com louvor a falta da família, perdida ainda na infância. Posso dizer, não sem um certo orgulho, que fui responsável (indireto, é verdade) pelas teorias que levaram alguns desses amigos às listas de laureados do prêmio Nobel. Também contribui com as pesquisas da corrida espacial e, mais recentemente, da cura do câncer.
Fui casado por três vezes e não tive filhos. Essa talvez seja a grande mancha na minha história. Adoraria ter tido netos. Hoje provavelmente já teria bisnetos e talvez pudesse enxergar a vida com as cores de antes. Ainda que fosse através dos olhinhos deles...
Hoje, aos 92 anos, começo a entender que histórias não me faltam. As que não tenho, posso criar. Aos 92 anos, entendo que me falta mesmo é burburinho de casa cheia, barulho de crianças correndo no quintal, cheiro de bolinho de chuva vindo da cozinha.
Entendo que a vida à qual tanto dei valor do lado de fora, hoje me faz falta aqui dentro. Dessa casa, dessa sala, do coração.
terça-feira, 19 de julho de 2011
O dragão de cada um
Hoje dei uma sorte danada enquanto corria os canais. Em um deles estava passando um filme que eu já tinha visto e gostei bastante: "How to train your dragon".
É uma animação bem bonitinha da DreamWorks. O filme fala de muitas coisas pelas quais a gente passa todos os dias. De medo, frustração, inadequação, vergonha. Fala também de intolerância, do ódio pelo que é diferente.
Em uma vila Viking, Hiccup, o filho do chefe da tribo, é muito inteligente, mas é considerado fraco por não matar dragões. Uma grande desilusão para o pai, já que todos os moradores da vila são guerreiros corajosos, que não fogem das investidas dos seus grandes inimigos. Os dragões devem ser destruídos porque atacam os moradores, além de acabarem com a comida da tribo.
É nesse cenário que Hiccup conhece Toothless, um dragão de uma espécie muito poderosa, um dos mais temidos entre os Vikings, mas que tem um problema físico e não pode voar. O menino tem a chance de mata-lo, mas não consegue. A partir daí os dois começam o estudo mútuo e acaba nascendo uma grande amizade.
Até o fim da história menino e dragão passam por muitas aventuras e alguns perigos. Não vou contar o fim do filme, mas posso dizer tudo o que me encantou nele.
Adorei a maneira como a "deficiência" do dragão foi tratada, a grande lição de tolerância e aceitação das diferenças, a amizade que ultrapassa todos os limites, a música, que é linda. Além de tudo, Toothless ainda tem todos os trejeitos de um gato, é muito bonitinho!
Mas para mim o melhor de tudo foi a maneira como o menino conseguiu se colocar no lugar do dragão, conseguiu entender como se sentiria se os papeis estivessem invertidos. Isso é tão raro! Essa é a maior lição do filme, na minha opinião.
Apesar disso tudo, não achei que fosse me emocionar de novo. Ledo engano... Chorei mais uma vez. Mas um choro bom, cheio de esperança que essas coisas possam ultrapassar a tela do cinema e chegar aos nossos corações.
Que, como no filme, a gente entenda que matar os nossos dragões nem sempre é o melhor negócio. Às vezes, melhor mesmo é doma-los!
É uma animação bem bonitinha da DreamWorks. O filme fala de muitas coisas pelas quais a gente passa todos os dias. De medo, frustração, inadequação, vergonha. Fala também de intolerância, do ódio pelo que é diferente.
Em uma vila Viking, Hiccup, o filho do chefe da tribo, é muito inteligente, mas é considerado fraco por não matar dragões. Uma grande desilusão para o pai, já que todos os moradores da vila são guerreiros corajosos, que não fogem das investidas dos seus grandes inimigos. Os dragões devem ser destruídos porque atacam os moradores, além de acabarem com a comida da tribo.
É nesse cenário que Hiccup conhece Toothless, um dragão de uma espécie muito poderosa, um dos mais temidos entre os Vikings, mas que tem um problema físico e não pode voar. O menino tem a chance de mata-lo, mas não consegue. A partir daí os dois começam o estudo mútuo e acaba nascendo uma grande amizade.
Até o fim da história menino e dragão passam por muitas aventuras e alguns perigos. Não vou contar o fim do filme, mas posso dizer tudo o que me encantou nele.
Adorei a maneira como a "deficiência" do dragão foi tratada, a grande lição de tolerância e aceitação das diferenças, a amizade que ultrapassa todos os limites, a música, que é linda. Além de tudo, Toothless ainda tem todos os trejeitos de um gato, é muito bonitinho!
Mas para mim o melhor de tudo foi a maneira como o menino conseguiu se colocar no lugar do dragão, conseguiu entender como se sentiria se os papeis estivessem invertidos. Isso é tão raro! Essa é a maior lição do filme, na minha opinião.
Apesar disso tudo, não achei que fosse me emocionar de novo. Ledo engano... Chorei mais uma vez. Mas um choro bom, cheio de esperança que essas coisas possam ultrapassar a tela do cinema e chegar aos nossos corações.
Que, como no filme, a gente entenda que matar os nossos dragões nem sempre é o melhor negócio. Às vezes, melhor mesmo é doma-los!
terça-feira, 12 de julho de 2011
Aline contra os ponteiros
Estou precisando reaprender a usar melhor o tempo. Sempre achei que com a idade a gente ia aprendendo a gerenciar as tarefas de um jeito mais eficiente, mas o que tenho visto na minha vida é uma verdadeira bagunça...
Parece que faltam ponteiros no relógio para as coisas que me dão prazer. Não tenho conseguido encontrar algumas pessoas, responder emails, escrever, ler, ir ao cinema. O que raios está acontecendo? Gosto de imaginar que o fato de estar escrevendo tudo isso signifique que sim, estou me entendendo melhor com Cronos e que, em pouco tempo, tudo estará nos trilhos de novo.
Talvez eu deva mesmo dedicar menos horas à internet e voltar ao tempo em que eu chegava em casa, ligava o rádio e nem pensava em televisão ou computador. Acho que isso já seria um começo.
A volta ao Brasil tem sido bem boa, mas me deixou meio atrapalhada. Meio sem saber achar um jeito de ficar sozinha. E eu preciso tanto disso!
O tempo já foi tema desse blog algumas vezes e acho que vai ser sempre! Deve ser por causa dessa angústia em ver as coisas passando tão rápido, tão sem controle...
Se eu tivesse direito a um pedido impossível atendido, eu pediria que os dias passassem mais suavemente. Assim nós poderiamos nos sentar na praça e conversar sem pensar na próxima reunião, acordar tarde no sábado sem nos sentirmos culpados pelo desperdício de tempo, andar pela rua sem nos preoocuparmos com a hora de voltar...
Por enquanto só posso pedir que a minha aposentadoria (daqui a muitos anos) me traga essa tranquilidade. Ou esse também seria um pedido impossível de ser realizado?
Parece que faltam ponteiros no relógio para as coisas que me dão prazer. Não tenho conseguido encontrar algumas pessoas, responder emails, escrever, ler, ir ao cinema. O que raios está acontecendo? Gosto de imaginar que o fato de estar escrevendo tudo isso signifique que sim, estou me entendendo melhor com Cronos e que, em pouco tempo, tudo estará nos trilhos de novo.
Talvez eu deva mesmo dedicar menos horas à internet e voltar ao tempo em que eu chegava em casa, ligava o rádio e nem pensava em televisão ou computador. Acho que isso já seria um começo.
A volta ao Brasil tem sido bem boa, mas me deixou meio atrapalhada. Meio sem saber achar um jeito de ficar sozinha. E eu preciso tanto disso!
O tempo já foi tema desse blog algumas vezes e acho que vai ser sempre! Deve ser por causa dessa angústia em ver as coisas passando tão rápido, tão sem controle...
Se eu tivesse direito a um pedido impossível atendido, eu pediria que os dias passassem mais suavemente. Assim nós poderiamos nos sentar na praça e conversar sem pensar na próxima reunião, acordar tarde no sábado sem nos sentirmos culpados pelo desperdício de tempo, andar pela rua sem nos preoocuparmos com a hora de voltar...
Por enquanto só posso pedir que a minha aposentadoria (daqui a muitos anos) me traga essa tranquilidade. Ou esse também seria um pedido impossível de ser realizado?
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