quarta-feira, 27 de agosto de 2008

caminhos

Ferreira Gullar escreveu:

Nada vos oferto
além destas mortes
de que me alimento

Caminhos não há
Mas os pés na grama
os inventarão

Aqui se inicia
uma viagem clara
para a encantação

Fonte, flor em fogo,
quem é que nos espera
por detrás da noite ?

Nada vos sovino:
com a minha incerteza
vos ilumino

E eu ainda espero que os pés na grama me inventem caminhos. Espero saber quem, por detrás da noite, vou encontrar. Espero ao menos que minha incerteza seja fonte de luz.

Será que é errado eu me sentir inadequada? Sentir que ainda não achei o meu canto? A minha vocação? Eu sou capaz de me adaptar facilmente aos lugares, às pessoas, mas quando serei capaz de me adaptar a mim mesma?
Quando conseguirei encontrar refúgio dentro do meu próprio coração?

Acredito de verdade que a vida é simples e que as pessoas são boas.

Ainda tenho que trabalhar muito até ser uma pessoa simples e boa...até me sentir plena.

Ainda preciso morrer muitas vezes, dessas mortes fazer alimento e, assim, ter o que ofertar.

Um comentário:

Beatrice Monteiro disse...

Gostei muitíssimo do post... Tanto do poema do Ferreira Gullar quanto da reflexão. :D